Eu deveria dizer que eu venci, levando comigo todos os bons momentos e jogando ao vento tudo que foi de errado. Acho que esse vento sem rumo está cruzando muito o meu caminho. Não por trazer lembranças, mas um vento gelado que não me deixa mais ser preciso no que penso, no que faço, nas vontades… Estou seguindo uma rotina que eu não consigo sair. Quando penso estar mudando vejo que tudo esta na mesmice, como algo que sufoca sorrateiramente, e prende com as mais fortes correntes. Não sei o que falta para abrir caminhos, estou trilhando algo que não sei onde vai dar, estou nas vontades dos outros e não na minha. Quanto tempo eu vou viver assim? Minha boca não saem palavras para expressar-me direito. Não consigo confrontar algo que é mais forte do que eu. Essa minha boa vontade, esse meu carinho com os outros me substituiu. Sei que isso é bom, mas será o certo? Não consigo mais expressar-me como antes, me sinto rejeitado quando tento, baseio-me no que os outros gostam de fazer, de falar, de conversar. Me sinto cada vez mais reprimido por algo que sempre fui aceito, sempre fui bem visto. E agora? Mudo meu jeito e continuo a deixar os outros sobreporem a mim e não reclamo, ou perco o que tenho para poder ser eu? Difícil e trabalhosa duvida. Porque eu sei o quanto eu posso me prejudicar em cada uma delas. Só que não sei o que pudera acontecer realmente. A ampulheta não para de cair, e parece que o vão que passa a areia, virou um redemoinho sugando tudo que tem em volta. “Nem sempre eu quis aceitar, o que eu fiz foi escolher pra onde ir sem saber onde andar… Eu já me perdi, quase não consigo mais voltar, eu só sei que eu faria tudo outra vez”. Estranho. Estranho é o meu jeito de ser, de pensar. Eu sabia diferenciar, agora estou perdido no meio de um circulo com inúmeros caminhos para seguir. Traído por mim mesmo eu fui. Me superestimei. E hoje eu luto contra isso.
Listening to: Glória – Agora É Minha Vez
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